A Fenda na Rocha - Parte 1

Vendo Deus através dos períodos mais difíceis 

Um dos hinos que os cristãos gostam de cantar é o clássico “Abrigo na Rocha” (Hinário Adventista, 374), da famosa compositora Fanny J. Crosby. O coro diz:

“No abrigo da rocha me esconde ao calor,
Em árida terra de sol;
Oculta minh’alma em Seu plácido amor,
E cobre-me com Sua mão,
Sim, cobre-me com Sua mão.”

Parece que a autora se inspirou na experiência de Moisés, no Monte Sinai, como relata o livro de Êxodo. Não sei se acontece com você, mas tenho certa dificuldade com esse hino. Um dia, peguei minha “boa e velha amiga” Bíblia, um tanto desbotada e rasgada (herdada de meu falecido pai) e, com a ajuda da Concordância Bíblica de Strong, fiz uma exegese da narrativa bíblica.

Fiquei Emocionado
A passagem principal, que me conecta a esse hino em particular, é Êxodo 33:21, 22: “E prosseguiu o Senhor: Há aqui um lugar perto de Mim, onde você ficará, em cima de uma rocha. Quando a Minha glória passar, Eu o colocarei numa fenda da rocha e o cobrirei com a Minha mão até que Eu tenha acabado de passar”(NVI).

Tenho que admitir que essa passagem me causa muito espanto. No entanto, um aspecto que sobressai do restante do texto (pelo menos, para mim) é a percepção da “glória de Deus”.

As Escrituras revelam explicitamente que um dos meios de conhecer a Deus consiste em estar exposto aos Seus caminhos (Êx 33:13). Parece que a glória de Deus é mostrada em Seu caráter. Em Êxodo 33:18-22, Moisés pede a Deus: “Peço-Te que me mostres a Tua glória.” E Deus respondeu: “Diante de você farei passar toda a Minha bondade, e diante de você proclamarei o Meu nome: o Senhor. Terei misericórdia de quem Eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem Eu quiser ter  compaixão.” E acrescentou: “Você não poderá ver a Minha face, porque ninguém poderá ver-Me e continuar vivo.” E prosseguiu o Senhor: “Há aqui um lugar perto de Mim, onde você ficará, em cima de uma rocha. Quando a Minha glória passar, Eu o colocarei numa fenda da rocha e o cobrirei com a Minha mão até que Eu tenha acabado de passar” (cf. Êx 34:5-7).
Essas passagens apresentam Deus como um Deus de misericórdia e de justiça. E o verso 7 do capítulo 34 indica que o perdão cobre três facetas de nossa queda espiritual: iniquidade, transgressão e pecado.
Em hebraico, iniquidade (avon) significa separar-se da verdade; transgressão (peshah) significa rebelião e pecado (chatt’ah) significa extraviar-se. Tudo isso contrasta com arrependimento (no hebraico, nocham – penitência, tristeza; e no grego, metanoia – mudança de ideia, conversão).
Este bonito artigo continuará nesta quarta (14/10), acompanhe!!

Nixon de Vera é pastor de Serviços 
Missionários Internacionais da Igreja de Okinawa, em Okinawa, Japão.


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