A Fenda da Rocha - Parte 2 Final

Leia a parte 1 logo abaixo e depois retorne para esta conclusão...


Queda e Restauração

Embora refletido sobre o testemunho de Moisés nessa incrível epifania, percebi que o conhecimento de Deus é proporcional ao benefício recebido de Sua bondade, que significa expor-se à Sua infinita graça e misericórdia. Ele é paciente e compassivo com aqueles que buscam o arrependimento e a renovação. Por outro lado, Ele não ignora a teimosia e a imprudência dos ímpios; eles, certamente, receberão o seu castigo. Deve ser de nosso interesse buscar Seu compassivo perdão.



O que, na verdade, significa ser perdoado?

O próprio Senhor revela que a queda espiritual de uma pessoa envolve, pelo menos, três etapas. Primeiro, uma pessoa normal, tanto cristã como não cristã, terá a tendência em contradição com a vontade de Deus ou de questionar a validade e aplicabilidade das Escrituras. Como resultado, essa pessoa desrespeitará a suprema autoridade de Deus e, na essência, viverá uma vida de rebelião. No fim, será considerada culpada e a redenção estará perdida, a menos que haja uma mudança de atitude.


Embora nosso texto principal (sobre a fenda na rocha) se refira a um fenômeno literal, podemos extrair um significado simbólico do relato.

Por exemplo, quando resistimos constantemente aos apelos de Deus, nosso coração pode tornar-se tão duro quanto o de Faraó, tão rígido e imóvel como uma rocha (ver Êx 4:21; 7:3). Quando, porém, permitimos que Ele transforme nosso coração endurecido, em seguida, através da fenda na rocha, por assim dizer, somos capazes de ver a glória de Deus. Creio que “ver Sua glória” significa, em essência, ser absolvido e restaurado.

O Senhor, em Seu maravilhoso amor, está sempre pronto a interceptar nossa queda, seja ela física ou espiritual, e a vida de José e Moisés, no Antigo Testamento, prova esse tipo de intervenção miraculosa. A certa altura, ambos foram consumidos pelo orgulho e pelo impulso (veja Gn 37:2-11; Êx 2:11, 12). Mas Deus, em Seus caminhos misteriosos, transformou-os dramaticamente (Gn 41:16; Êx 3:11), mudanças que se tornaram evidentes ao longo de seus dias (veja Gn 45:5; Dt 33:3).

Nem todos, entretanto, experimentarão arrependimento genuíno e conversão ao ser expostos à glória de Deus. Como José e Moisés, Faraó também era orgulhoso e impulsivo (veja Êx 5:2-9). Deus trabalhou com ele, conduzindo-o quase ao arrependimento (Êx 12:31, 32). Infelizmente, após testemunhar pessoalmente as manifestações prodigiosas de Deus, o orgulho de Faraó o fez mais obstinado do que nunca (Êx 14:6-9).


Vendo a Sua Glória

Devemos considerar nossas crenças e motivos sob a luz da inspiração que recebemos das Escrituras. Quando somos tentados a duvidar da Palavra de Deus, devemos retornar à verdade e nos submeter totalmente à Sua autoridade, em vez de viver meramente para nós mesmos. Assim, devemos permanecer em Sua presença, apesar da atração dos prazeres mundanos e da influência da razão humana. Se, porém, persistirmos em resistir ao inabalável amor de Deus, sofreremos a última consequência de separar-nos dEle: morte eterna.

Lembremo-nos, entretanto, de que Deus não tem prazer na morte no ímpio (Ez 33:11). Ao contrário, Ele deseja nos resgatar, se nós permitirmos. Pode ser que sejamos levados a conhecê-Lo melhor por meio dos momentos mais difíceis da vida ou do nosso maior desafio. Como no caso de José, na prisão, e de Moisés, no deserto, as respostas não virão facilmente. Mas descobriremos que as perguntas não respondidas podem potencialmente nos levar à transformação da alma e, depois, à restauração.

Portanto, permitamos que o Senhor cubra nossa face com Sua mão direita e, enquanto Ele passar, nos será permitido ver as longas e terríveis cicatrizes nas suas costas. Ao observarmos fixamente Sua mão através da "fenda da rocha", perceberemos que as cicatrizes são a total evidência de Sua glória.


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