Ídolos contemporâneos - Desde a entrada do pecado no mundo, as pessoas têm sido tentadas a colocar alguém ou alguma coisa no lugar de Deus. O panorama da história humana é cheio (alguém quase poderia dizer dominado) por figuras de deuses moldadas pelos antigos, que criaram um deus para cada aspecto da vida. Essa tentação era tão poderosa que o próprio povo do concerto de Deus foi seduzido por ela, levando os profetas a denunciá-la com forte linguagem e às vezes ironia mordaz.
O profeta Jeremias convida os israelitas a considerar o que eles estavam fazendo. Diz: "Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar; necessitam de quem os leve, portanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem. Ninguém há semelhante a Ti, ó Senhor; Tu és grande, e grande é o poder do Teu nome. ... Portanto, entre todos os sábios das nações e em todo o seu reino, ninguém há de semelhante a Ti" (Jeremias 10:5-7).
Numa demonstração de erro monumental, os seres humanos, criados por Deus à Sua imagem, tornaram-se artífices de deuses feitos à sua própria imagem. A maior ironia é que aqueles que fabricaram esses deuses então se curvaram diante deles em adoração, numa inversão completa da intenção do Criador.
Embora o mundo hoje tenha se tornado sofisticado, a tentação de permitir algo no lugar do verdadeiro Deus ainda existe entre nós. As escolhas de hoje podem ser a busca persistente de poder, fama, glória terrena, auto-admiração, riqueza ou outra das atrações em voga atualmente, mas o efeito é o mesmo: substituir e distorcer o desejo que Deus colocou em nós de adora-lO. Freqüentemente exaltamos as coisas utilitárias na vida; e, quando elevadas acima de nossa dedicação a Deus, elas se tornam ídolos, os falsos deuses de nossa época.
Verdadeira adoração - Perguntamos a nós mesmos: "O que realmente significa adorar? A adoração se resume em desempenhar um ato dedicado a Deus?" Sem dúvida, a verdadeira adoração inclui atos. Desde o começo, Deus instituiu serviços específicos através dos quais o povo iria a Ele em adoração. Durante o êxodo, Ele esboçou em grandes detalhes um tabernáculo onde Seu povo pudesse se aproximar dEle, com cultos ordeiros idealizados para ensiná-lo sobre Sua majestade e Sua provisão para salvar todos os que fossem a Ele com fé.
Essa adoração não devia fluir apenas por canais étnicos estreitos. Através do profeta Isaías, vislumbrávamos a proporção do amplo convite divino: "Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para O servirem e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, ... também os levarei ao Meu santo monte e os alegrarei na Minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no Meu altar, porque a Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Assim diz o Senhor" (Isaías 56:6-8). Este ideal encontra cumprimento na divulgação do evangelho por todo o mundo. O Messias prometido veio, e Seu ministério de salvação é estendido a todas as pessoas.
Mas o próprio Jesus reconduziu-nos a um tema encontrado anteriormente nos lábios dos servos de Deus, os profetas. Enquanto a adoração certamente inclui o ir diante de Deus de maneira ordeira, oferecendo louvores, dobrando nossos joelhos e apresentando-Lhe ofertas, outro elemento indispensável da verdadeira adoração aparece ainda mais cedo: a submissão do coração a Ele. Esta lição aparece repetidamente nos eventos e ensinos de Jesus. As moedinhas da viúva eram uma doação monumental não por causa de seu valor monetário, mas devido à completa dedicação prévia de seu coração a Deus. As lições de Jesus junto ao portão do Templo recordam-nos, de novo, que a adoração realmente apropriada começa com uma resposta de gratidão a Deus. A menos que entendamos este princípio, toda as cerimônias de religião mecânica chegam impotentes a Ele. Seu primeiro desejo é ver-nos aceitar o gentil convite do Espírito para ir a Ele com o coração e toda a vida. Este tipo de culto chega a Deus como incenso diante de Seu trono.
Por que adorar? - Outra pergunta nos confronta no mundo cada vez mais secularizado de hoje: "Por que deveríamos adorar a Deus?" Nossa resposta pode ser simples: "Por causa de quem Ele é." É somente porque Deus de revelou a nós que podemos conhecê-lO. Sem isso, não teríamos nada mais do que especulação, a qual nos deixa incertos quanto a quem somos, de onde viemos e para onde vamos. É exatamente ao responder a essas questões que chegamos a compreender o que mais importa hoje.
Através de seus comentários sobre a maneira como Deus vê as atividades humanas ao longo da história, as Escrituras nos informam sobre a pessoa de Deus. Surgimos como criaturas de Deus, objetos de Seu interesse, Seu povo redimido, para quem Ele tem um plano eterno. Ele mesmo veio viver entre nós para mostrar-nos o caminho; e, de acordo com Suas promessas, logo irá retornar.
Ele é o Deus que fala, a quem contemplamos como todo-poderoso e onisciente, o santo, cujo caráter é o padrão para medir e definir a justiça e a própria idéia de certo e errado. Ao mesmo tempo, encontramos nEle graça, ternura, compaixão e um intenso interesse em cada aspecto de nossa vida. Seu amor é de uma qualidade que lutamos para entender, um tipo de amor que levaria Cristo a rebaixar-Se ao nosso status e a pagar um inimaginável sacrifício em nosso favor, a fim de resgatar-nos do cativeiro do pecado. De fato, Deus é muito mais do que um belo e fantástico ideal, pois Ele entrou na História e, como diz o apóstolo João, "vimos a Sua glória".
No fim, uma escolha decisiva se coloca diante de nós: se a nossa vida será entregue à busca do eu, para desenvolver e desfrutar o melhor que as circunstâncias permitirem, ou devolvida ao altar de nosso magnificente Criador. O assunto tem conseqüências cósmicas, pois representa a decisão entre afirmar a independência humana de Deus e apresentar alegremente a nós mesmos como Seus dispostos servos. Justificadamente damos atenção à natureza cósmica do assunto da adoração. Foi no próprio céu que Lúcifer suscitou a controvérsia quanto a quem deveria receber a honra, reconhecimento e adoração. Novamente, quando o Cristo encarnado enfrentou Lúcifer no deserto da Judéia no começo de Seu ministério, a mesma questão surgiu. Lúcifer ofereceu o que parecia ser uma grande recompensa se Jesus apenas o adorasse. Jesus rejeitou veementemente essa tentação. Motivo? A questão tinha a ver com a própria essência da natureza de Deus e do Universo. Somente Ele merece adoração.
A profecia diz-nos que, à medida que mos aproximamos do fim da História, a mesma questão fundamental irá retornar: quem nós adoramos? Em um último convite a um mundo em rebelião, Deus envia mensagens através de três anjos. Na mensagem do primeiro anjo está inserido o chamado para adorar a Deus como o Criador dos céus e da Terra. O Criador é também nosso Redentor; ambos juntam-Se na pessoa de Cristo, levado a toda a humanidade na mensagem do evangelho. No conflito final descrito no livro do Apocalipse, encontramos um povo fiel a Deus, notável porque, apesar da enorme pressão para ceder, ele permanece leal ao Criador.
Quem nós adoramos? Nosso maravilhoso Senhor. Nossa tarefa hoje é apresenta-lO em toda a Sua maravilha a um mundo que necessita desesperadamente conhece-lO. Essa é nossa tarefa, mas, acima de tudo, nosso privilégio. E o fruto da verdadeira adoração traz um convite vivo para os outros se unirem a nós em nossa peregrinação para o reino. Ali, nós e todos os que vierem a conhecê-lO e a amá-lO iremos contempla-lO face a face e desfrutar a alegria de apresentar nossa adoração a Ele por toda a eternidade.
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